Franck Novais Fernandes nasceu a 14 de outubro de 1980, em Noisy-le-Grand, França. Filho de pais portugueses, tem muitas recordações sobre a sua infância e os verões passados em Portugal. “Lembro-me de que o pai trabalhava muito e não passei muito tempo com ele, mas tive a sorte de passar férias todos os anos em Portugal. Também descobri outros países à conta desse trabalho do meu pai”.
Franck Novais recorda-se ainda da avó paterna, com quem conviveu pouco tempo, e dos avós maternos, que lhe transmitiram muito conhecimento sobre as suas raízes e origem. Foi nesta altura que nasceu a paixão por Portugal, e conta uma história curiosa: “fiquei chateado quando comecei a falar e vim a Portugal e não conseguia perceber nem falar com a minha família portuguesa. Eu tinha quatro anos, mas prometi à minha avó que no ano seguinte, conseguiria compreender e falar português. Assim o fiz”.
Franck Novas frequentou a Escola de Comércio em Paris e trabalhou, durante alguns anos no negócio de automóveis, tendo sido, inclusive, dono de alguns concessões de marca francesa – Citroën. “Depois vendi as minhas partes e entrei numa empresa portuguesa – Metalusa - onde trabalhei e aprendi muito, e saí para entrar neste projeto da EchaGroupe”.
Sobre os sonhos, confessa que já os realizou. “Sonhava ter filhos, e poder olhar para eles e sentir que são felizes”. Mais recentemente, com a entrada na Echagroupe, da qual é sócio, conseguiu realizar o sonho de ter um projeto que encara como sendo o seu quarto filho. “Ter pessoas aqui dentro a conviver a partilhar momentos agradáveis é o melhor que se pode ter. Os colaboradores aqui sentem-se bem e nós, sócios da empresa, ao conseguirmos transmitir valores em que as pessoas se sintam bem no trabalho, a produtividade só pode ser positiva”.
Para si, os valores do respeito, humildade e trabalho, são tudo na vida. “Temos de aceitar que todos somos diferentes. A riqueza da vida é aceitar, entender e desenvolver esta diferença para ser ponto de ligação entre toda a gente”. Ao nível associativo, Franck Novais e a Echagroupe ajudam várias situações. “Fizemos eventos para juntar dinheiro e comida para enviar ao Haiti, ajudamos com bens para o Natal das crianças hospitalizadas em Portugal, ajudamos a população da Arménia durante a guerra. Temos de ajudar, temos de transmitir e ser o melhor possível”.
Para si, ser português, já teve vários significados ao longo da vida. “Em criança, significava férias. Com o crescimento, ser português era ser diferente. Porque éramos pessoas estrangeiras que vieram trabalhar quando não havia oportunidades em Portugal, e tentar ter vida um pouco melhor. Mas éramos vistos como estrangeiros”. Ainda assim, Franck Novais orgulha-se de ter tido sorte dos pais e avós lhes transitirem amor por Portugal. “Quando entrei na Metalusa, senti uma grande emoção quando abrimos uma fábrica em Portugal, porque o país passava por uma crise e senti estar a dar a mão a Portugal”.